11. percebendo momentos

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12/01/2009, segunda-feira mansa.


acordando tarde, ainda sob efeito de boa sensação da noite passada. café-da-manha corriqueiro e encontro por acaso na vila com todos que já estavam de prontidão para seguir à trilha do riachinho. pegamos carona no porta-malas ouvindo Led Zeppelin. e que vista...


não seria uma capa de Led Zeppelin?


o impacto parecia geral. era outra harmonia. um entendimento não verbal. silêncio introspectivo. conversas fora, menos eufóricas. convívio calmo. Hugo era de Salvador e ficou com vontade de ir para o Rio de Janeiro de carona, pelo mesmo caminho que Pedrinho e eu fizemos até chegar na Chapada. consegui meditar mais descoberta sobre cores.




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'felicidade é contratempo de natureza, harmonia do caos. intercala dor. é instinto e psicológico em complementação no auge do silêncio como cochicho. linguagem precisa de repouso - se tudo é linguagem, o descanso é o instante do processamento distraído, da absorção involuntária. comunicação rompe fronteira, provoca liberdade de relação graças ao sexo linguístico...'

[extraído do caderno da viagem]






mais arco-íris na saída e almoço escurecido no canto de Catatau. luz piscando e Sol desesperada com o escuro. e pra variar, risada com as peripécias baianíssimas de Elielma.




mais uma noite na vila, agora mais pacata, menos gente e animação tímida. violão, dança, cognac e coca-cola.


Elisama e Sol.


bebedeira e fim de noite com Pedrinho tendo que dirigir carro das meninas que não tinham condições de fazê-lo. chacoalhei no porta-malas.

biscoito e sono.




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13/01/2009, terça-feira do estalo.


vixe maria
que o sol dorme

ainda dia

nem parece
Bahia...

13/jan/2009
ao Vale do Capão




acordamos praticamente no mesmo momento e de súbito disse a Pedrinho "temos que ir embora", ele concordou. sentimos que realmente era a hora de voltar à estrada. a figurassa Elisama veio nos buscar no camping. papo vai e vem, e assustaram-se com a nossa repentina decisão de sair de lá. Bel nos deu carona até um posto no meio da estrada, longe do Vale, quebrou uma grande galho. despedida afetiva com todos. foi especial conhecer aquelas pessoas. fotos antes de partir.


eu e Pedrinho caronando com Bel.



despedida...


melancolia total na beira da rodovia. já era de tarde e o sol era morno. a localização péssima para caronas. esperamos em tentativas até chegar um ônibus que nos tiraria do meio do mapa e nos levaria à Irecê-BA, metade do caminho para Xique-Xique-BA.





tristeza leve e retomando o gosto da viagem que ainda nem estava na metade. o motorista nos afirmou que em Xique-Xique chovia mulher. hotelzinho de beira de estrada já de noite. talvez, o pior até então. água amarelada, muquifo com janela virada pra rua. na recepção, um rapaz expressava seu gosto por colecionar dinheiro. contava de seus cruzados, cruzeiros e da notas de dez reais da versão limitada. recepcionista desconfiada e não muito amigável. nem chegamos a entrar na cidade, sairíamos logo cedo. no quarto, cozinhamos vendo Big Brother, pra total desânimo de realidade.


sonos.



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2 comentários:

Anônimo disse...

nossa, as fotos da chapada tão lindas
:)

Marcelo disse...

Incrível como o espírito da viagem diz: vamos adiante. E a gente, obedece.