2. todo começo é reticente

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25/12/2008, quinta-feira, chuva e marasmo natalino.



casa vazia de viagem. alma ansiosa. preconceitos engavetados. expectativa do que podia ser início.

um mochilão para roupas e bujões, uma mochila menor para comida e um violão como bagagem. Pedrinho levava um mochilão para roupas e fogareiro, uma mochila somente para câmera, e um saco para comida também. ambos com dinheiro e cartão na pochete do viajante dentro das calças. passagem previamente comprada, saída da Rodoviária Novo-Rio, no Rio de Janeiro, às 21h30, com destino à Lavras-MG. sair de uma cidade grande de carona é bem difícil, principalmente pra gente que nunca tinha passado pela experiência. já nos ocorria o boato de que em Minas Gerais seria bem mais tranquilo o deslocamento. 9 horas de percurso até o amanhecer.



antes dos mouros o sono.



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26/12/2008, sexta-feira, serra à vista.


chegada em Lavras. neblina. ainda sem saber por onde agir. no guichê, o rapaz nos avisou que da cidade de Formiga-MG seria mais fácil tentar uma carona para a cidade de Piumhi-MG, próxima à Serra da Canastra. mais um ônibus.


e agora, José?


em Formiga, traços do estrago causado pela chuva recente. ponte quebrada. manhã úmida e um trevo longe, centrado num pequeno vale. ameaçava chover pelas nuvens. um sol forte porém de serra. primeiras tentativas tortas à beira da estrada.


Pedrinho, primeiras tentativas.


situação primeira.


algumas caminhadas entre os postos de gasolina. surpresa. competição de caroneiros. nós, um cara e duas duplas na mesma situação. por essa não esperávamos. fome. miojo. frentista não curtiu muito e não me deixou lavar panela, o prato e os talheres no banheiro. pediu que eu usasse a mangueira no meio do posto mesmo.


eu, no preparo instantâneo.


cansaço de noite mal dormida e finalmente, por volta de 14h, a 1ª carona com Ílio. bastante sossegado, falou sobre os estudos dos filhos, das movimentações de carona na área e da beleza e bom clima da Serra da Canastra. felicidade infantil a nossa. parecia irreal. algum frescor de experiência nova.


a primeira vez...


deixou-nos no centro. mais ou menos 60 mil habitantes. movimentação costumeira. o chão de pedras poligonais e a primeira pousada. apelidei-a de "pensão estelar". a dona se chamava Dalva e seu filho Júpiter. R$12,50 com café-da-manhã. passeamos por algumas ruas e sentamos na praça. Alexander nos abordou e divagou sobre vida, estudo e nada. poucos dentes, aparentemente lúcido do próprio discurso, embora alcoolizado. bebeu os amigos e a família.



pensão estelar.


cochilo da tarde com cheiro de chuva. e mais um parecer da cidade: não é Piuí, mas Piumhi. pronúncia anasalada.


Regiane anoitecendo.


noite de compreensão de chegada. dia seguinte seguiríamos 60 Km em direção a São Roque de Minas-MG, próximo destino.

sono.




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