20/01/2009, terça-feira, Isaquepédia na pensão d'Eulina.
acordando. ida ao centro pra dar uma última sondada. saber se era possível ver a represa de Paulo Afonso. realmente, a burocracia seria grande. pegamos informações em pontos turísticos e com locais. interessamos pela ida aos canyons em Xingó, na fronteira de Sergipe com Alagoas. liguei do orelhão pro lugar onde faziam passeios de barco e fiz reserva para o dia seguinte sem nem saber se íamos conseguir chegar. comemos um pf baratíssimo. corremos pra pousada antes de meio-dia pra não pagar outra estadia e fomos embora. pegamos ônibus pro trevo na saída da cidade.
como já era hora do almoço, não tínhamos muito tempo a perder. e o passeio estava marcado pra manhã do dia seguinte. era bom que chegássemos logo em Canindé de São Francisco-SE, onde poderíamos nos hospedar com calma. algumas tentativas em vão. conversei com o vendedor de beira ali e realmente o lugar não parecia ser dos melhores pra caronar. pegamos uma van pra Delmiro Gouveia-AL. fomos pegos de surpresa ao passar em cima da ponte de ferro que divide Bahia de Alagoas.
pracinha simpática em Delmiro Gouveia. num barzinho perguntei às crianças como chegar na saída da cidade. ela me guiaram confusas, mas entendi.
Delmiro Gouveia-AL.
andamos até o posto de fim. outro lugar péssimo. pechinchamos outra lotação abarrotados com outros na caçamba, cuja porta ficava aberta. no sai e entra de gente, conhecemos Abraão. da nossa idade. vinha de Campina Grande-PB e seguia à Canindé de São Francisco-SE pra visitar a mãe. prometeu tentar nos ajudar com estadia. contou que está pra se formar em contabilidade. conversamos sobre faculdade. viagem. situações. encontro valioso.
lá chegando, fomos recebidos de braços abertos por sua mãe Eulina "a família acabou de crescer?" ela perguntou. nos foi muito solicita de carinho, mas em sua pensão não havia mais espaço. conseguiu nos arranjar por preço camarada (R$7,50) a pousada do Capuchinho ao lado.
Pedrinho e o senhor Capuchinho, o figura do dia.
demos uma volta e perguntamos como era o melhor jeito de chegar no local do passeio de barco - restaurante Carranca. era isolado, perto do museu histórico de Xingó, com histórias de Lampião e artefatos dos cangaceiros. comi tapioca de queijo com frango por R$ 1! conhecemos toda a pequena simpática cidade. um cenário com peculiaridades de vegetação. pessoas bastante simples e, em alguns casos, ignorantes. difícil pedir uma mera informação, às vezes.
voltamos pra pousada e encontramos um rapaz sereno. Isaque seu nome (ou seria Isaac?). projetista da CHESF. contou casos tristes de despejo de famílias. e casos engraçados como lendas de que Maria Bonita teria posto chifre em Lampião. ajudou-nos a traçar uma rota depois de chegar na foz do rio. discutimos o mapa e sua vida de estudante e viajante. de músicas também afinamos. falou de um contato em Manaus-AM caso a gente quisesse conhecer."coragem o homem perde. vontade a gente faz com amor" ensinou.
aprendendo.
foi muito enriquecedor. ele considera Eulina como mãe. ela nos preparou um jantar. comemos todos juntos. foi muito bonito. ficamos imensamente gratos.
Eulina e Isaque, família consideração.
Eulina também sentou para conversar. contou um pouco da história de sua vida. disse que aos filhos só se conta do passado aquilo que for necessário. as coisas ruins devem ser esquecidas.
recebendo orientações.
falamos com Capuchinho. desconfiado com baderneiros turistas que passam por ali. falou para tomarmos cuidado para que ninguém nos espiasse no banho. achei engraçado.
violão. leite.
violão. leite.
vista de cima da pousada Capuchinho.
e... sono.
.
21/01/2009, quarta-feira turística pelos canyons.
quatro pães com manteiga e mortadela. Eulina nos abençoou como despedida. seguimos caminhantes. conseguimos a 23ª carona no caminhão com Celso. contou sobre as represas e as populações do local. carregava outras pessoas na caçamba. os canyons ficam na disputa política entra Alagoas e Sergipe. ora se está num Estado, ora em Outro. mas é considerado mesmo em Sergipe, explicou. largou-nos perto do restaurante, mas ainda teríamos que andar um bocado com todas as nossas coisas por um caminho tortuoso de aridez.
caminhando e cantando.
andamos um pouco, até vir um carro com vidros fechados que encostou ao nos ver. era Junior. topou nos levar ao Carranca. ar-condicionado ligado no meio do sertão. um luxo! conversa vem e vai. Junior era simplesmente o dono do restaurante. não nos arranjou ingresso pro passeio, mas uma carona pra volta pra cidade de Piranhas-AL. tava de bom tamanho.
secura...
...e mais miragem!
não foi possível ir ao museu de Xingó, mas o encontro com Isaque nos bastou de história. o restaurante era visivelmente um ponto turístico, com direito a muitos gringos e aqueles brasileiros que se comportam como estrangeiros. bebemos uma cerveja pra não ficar feio na fita e porque estava muito quente e abafado. tentei pechinchar o preço do passeio, mas a moça se negou até a morte. fiz cara de cão até. sofremos a infeliz facada de R$ 40! mas o esforço de chegar lá e a vista nos fez crer que valia a pena. até a hora de ir, imergi na bacia d'água.
loirinha.
lá tiramos fotos, percebendo aquela situação estranha. tocando aquelas músicas tipo "país tropical", em que todos se orgulham de ser turistas e brasileiros ao mesmo tempo. parecia uma anedota. ali realizamos a notável diferença entre uma viagem aberta às situações, conhecendo os momentos de perto, vivendo junto o calor da cultura, o tempo das pessoas, e um passeio turístico. é completamente diferente. senti vergonha de como algumas pessoas agiam. pouco se olhavam. interagiam gritando, rindo alto, bebendo entre si.
a parte boa.
de resto, o passeio foi meia-bomba, mas valeu tê-lo feito. é muito bonito de paisagem. um desencontro de rochas incrível. e um mergulho rápido, mas revigorador. um rapaz com o olhar do Coringa do Batman nos afirmou ter visto caramujo de esquistossomose por ali. um coroa pulou do barco em movimento fingindo ter que pagar promessa. pra aparecer. todos vaiaram. foi a piada do dia.
pagador de mico.
rochas do tempo.
na parte de baixo do barco, tinha uma pequena mostra de quadros e escritos de Lampião e Maria Bonita. pensaram que nós éramos argentinos.
sagrado mergulho.
cuspa-se luz.
'galvão filma nóis'.
de volta, Junior nos colocou na 24ª carona com Gilson e Marco. rapazes muito gente boa. conversamos sobre a cidade do Rio de Janeiro. dos perigos. da liberdade de uma metrópole. soava novidade a eles. eram curiosos pra saber dos lugares bons de passear. mulheres. praias. quiseram nos fazer ouvir música de crente. relaxamos e aceitamos Jesus.
travessias estaduais nos levaram à Piranhas Nova-AL, cidade construída essencialmente para abrigar as instalações da CHESF, já que o centro histórico se localiza na parte baixa da montanha, beirado pelo Velho Chico. estacionamos na "pousada São Paulo". viramos artistas em pechinchar e conseguimos um quarto de luxo, com ventilador e suíte por R$ 10. deslizamos em mototáxi pra não perder o fim do dia sem ver Piranhas Velha-AL (a parte histórica).
e não nos arrependemos. adentrando de descida, observávamos o espetáculo. que lugar bonito. maquete engenhosa. cores e brinquedo. parecia livro infantil. corremos para tirar fotos enquanto ainda havia luz do dia. ladeirosa a cidade Velha.
tour 360º no centro histórico.
prosa com Gilmar na ponte. falou da tranquilidade de se viver ali. sem assaltos. lugar de acalanto. subimos no outro pico de montanha, onde um pf nos esperava vistoso de engolir. vontade de chorar. felicidade tanta prum dia só.
Pedrinho vendo o almoço chegar.
relaxamos anoitecidos ainda no topo da montanha. dia longo. Pedrinho e eu falamos da vida. os últimos dias foram de muitas decisões. pouca conversa de si. convivência necessária e pertinente. migrávamos nossas realidades na realização da vontade de viajar desse jeito. é indizível.
Piranhas Velha iluminada.
Zé Maria nos ouvia de perto. era o segurança do local. se interessou e puxou conversa. nascido em Pernambuco, há 20 anos mora em Piranhas. contou por onde as águas escorrem quando chove. lenda daquela beira de rio primorosa. e que a cidade ferve no carnaval. afirmou que iria pegar uma carona com seu genro no dia seguinte e passaria por Arapiraca-AL, onde desejávamos ir. nos ofereceu. topamos e marcamos no posto de saída exatamente as 7 e meia da manhã.
pousada. sopa. cafézinho.
sono.
.
caminhando e cantando.
andamos um pouco, até vir um carro com vidros fechados que encostou ao nos ver. era Junior. topou nos levar ao Carranca. ar-condicionado ligado no meio do sertão. um luxo! conversa vem e vai. Junior era simplesmente o dono do restaurante. não nos arranjou ingresso pro passeio, mas uma carona pra volta pra cidade de Piranhas-AL. tava de bom tamanho.
secura...
...e mais miragem!
não foi possível ir ao museu de Xingó, mas o encontro com Isaque nos bastou de história. o restaurante era visivelmente um ponto turístico, com direito a muitos gringos e aqueles brasileiros que se comportam como estrangeiros. bebemos uma cerveja pra não ficar feio na fita e porque estava muito quente e abafado. tentei pechinchar o preço do passeio, mas a moça se negou até a morte. fiz cara de cão até. sofremos a infeliz facada de R$ 40! mas o esforço de chegar lá e a vista nos fez crer que valia a pena. até a hora de ir, imergi na bacia d'água.
loirinha.
lá tiramos fotos, percebendo aquela situação estranha. tocando aquelas músicas tipo "país tropical", em que todos se orgulham de ser turistas e brasileiros ao mesmo tempo. parecia uma anedota. ali realizamos a notável diferença entre uma viagem aberta às situações, conhecendo os momentos de perto, vivendo junto o calor da cultura, o tempo das pessoas, e um passeio turístico. é completamente diferente. senti vergonha de como algumas pessoas agiam. pouco se olhavam. interagiam gritando, rindo alto, bebendo entre si.
a parte boa.
de resto, o passeio foi meia-bomba, mas valeu tê-lo feito. é muito bonito de paisagem. um desencontro de rochas incrível. e um mergulho rápido, mas revigorador. um rapaz com o olhar do Coringa do Batman nos afirmou ter visto caramujo de esquistossomose por ali. um coroa pulou do barco em movimento fingindo ter que pagar promessa. pra aparecer. todos vaiaram. foi a piada do dia.
pagador de mico.
rochas do tempo.
na parte de baixo do barco, tinha uma pequena mostra de quadros e escritos de Lampião e Maria Bonita. pensaram que nós éramos argentinos.
sagrado mergulho.
cuspa-se luz.
'galvão filma nóis'.
de volta, Junior nos colocou na 24ª carona com Gilson e Marco. rapazes muito gente boa. conversamos sobre a cidade do Rio de Janeiro. dos perigos. da liberdade de uma metrópole. soava novidade a eles. eram curiosos pra saber dos lugares bons de passear. mulheres. praias. quiseram nos fazer ouvir música de crente. relaxamos e aceitamos Jesus.
travessias estaduais nos levaram à Piranhas Nova-AL, cidade construída essencialmente para abrigar as instalações da CHESF, já que o centro histórico se localiza na parte baixa da montanha, beirado pelo Velho Chico. estacionamos na "pousada São Paulo". viramos artistas em pechinchar e conseguimos um quarto de luxo, com ventilador e suíte por R$ 10. deslizamos em mototáxi pra não perder o fim do dia sem ver Piranhas Velha-AL (a parte histórica).
e não nos arrependemos. adentrando de descida, observávamos o espetáculo. que lugar bonito. maquete engenhosa. cores e brinquedo. parecia livro infantil. corremos para tirar fotos enquanto ainda havia luz do dia. ladeirosa a cidade Velha.
tour 360º no centro histórico.
prosa com Gilmar na ponte. falou da tranquilidade de se viver ali. sem assaltos. lugar de acalanto. subimos no outro pico de montanha, onde um pf nos esperava vistoso de engolir. vontade de chorar. felicidade tanta prum dia só.
Pedrinho vendo o almoço chegar.
relaxamos anoitecidos ainda no topo da montanha. dia longo. Pedrinho e eu falamos da vida. os últimos dias foram de muitas decisões. pouca conversa de si. convivência necessária e pertinente. migrávamos nossas realidades na realização da vontade de viajar desse jeito. é indizível.
Piranhas Velha iluminada.
Zé Maria nos ouvia de perto. era o segurança do local. se interessou e puxou conversa. nascido em Pernambuco, há 20 anos mora em Piranhas. contou por onde as águas escorrem quando chove. lenda daquela beira de rio primorosa. e que a cidade ferve no carnaval. afirmou que iria pegar uma carona com seu genro no dia seguinte e passaria por Arapiraca-AL, onde desejávamos ir. nos ofereceu. topamos e marcamos no posto de saída exatamente as 7 e meia da manhã.
pousada. sopa. cafézinho.
sono.
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Um comentário:
Velho, tô emocionado com a experiência! É incrível como depois de ir conversando com pessoas simples, do povão, em uma viagem aberta a possibilidades, ao chegar num passeio turístico, a gente se sente alheio àquela realidade..
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