11/02/2009, casa e coisas como estavam.
meditação. prosa com Fernanda e sua amiga francesa (não sei escrever seu nome) na mesa do café-da-manhã. despedida e agradecimento. ida de ônibus ao aeroporto. no caminho, ainda conversei com uma moça. disse que gostei bastante do Ceará. e é verdade. nos foram muito receptivos. no avião, o voo atrasou, pois uma senhora bateu em duas crianças que viajavam sozinhas. muito bizarro. e ainda pedi pra entrar na cabine do piloto e só me deixaram ver de fora.
cheguei de volta são e salvo. parentes e amigos estavam pouco diferentes.
e as coisas como estavam.
~
"esse tipo de viagem conta e ensina noção de tempo. quebra paradigma de vida. não só a viagem como destino, em muitos desconhecidos, mas o deslocar-se, o ato de estar de passagem por diferentes cotidianos num espaço tão curto de momento. a percepção esgarça os poros e a retina fica ferida de sensibilidade. dá uma sensação suprema de desencaixe de alma, de enfim libertação. o contato cru é o atravessar do afeto, expansão dos limites (auto)impostos socialmente. a informação precisa (ou não) é processada por bocas, ouvidos, confiança, instinto, perspicácia - também permitidos na vida fora da viagem, mas reprimidos pelas limitações e comodidades mundanas. sempre surge novidade, dando espaço ao improviso sagaz. nem viajando o mundo inteiro será possível diminuir ou determinar os desvios da estrada. a caminhada tem si própria como meta, envolvida pelas suas surpresas. cada porém com sua viagem. a grande viagem da vida não deve ser socada pelas mesmices regradas do cotidiano. é possível perfurar essa cristalização com as pequenas viagens dos momentos aproveitados na vida. abertura ao desconhecido...
conheci diferentes pessoas na sua noção de espaço que passam história e estilos de viver. a compreensão dos valores se tornou ampla. humanidade genuinamente por existência, não por estruturação social. a religião como instituição da necessidade de fé hierárquica pela fé intrínseca. linguagem não verbal perpassa pelo silêncio e não se faz necessária explicação de afeto. passei a ser um elemento vento de confissão. muitos ali se abriam, pois eu poderia absorver, ensinar, ajudar ou só ser. relação de favor sem que haja acordo ou troca explícita. o movimento faz com que as coisas simplesmente aconteçam. e permeando a cultura dos trejeitos pessoais, notoriamente, a autodescoberta se revela voraz."
11/02/2009
[retirado do caderno de viagem]
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cheguei de volta são e salvo. parentes e amigos estavam pouco diferentes.
e as coisas como estavam.
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"esse tipo de viagem conta e ensina noção de tempo. quebra paradigma de vida. não só a viagem como destino, em muitos desconhecidos, mas o deslocar-se, o ato de estar de passagem por diferentes cotidianos num espaço tão curto de momento. a percepção esgarça os poros e a retina fica ferida de sensibilidade. dá uma sensação suprema de desencaixe de alma, de enfim libertação. o contato cru é o atravessar do afeto, expansão dos limites (auto)impostos socialmente. a informação precisa (ou não) é processada por bocas, ouvidos, confiança, instinto, perspicácia - também permitidos na vida fora da viagem, mas reprimidos pelas limitações e comodidades mundanas. sempre surge novidade, dando espaço ao improviso sagaz. nem viajando o mundo inteiro será possível diminuir ou determinar os desvios da estrada. a caminhada tem si própria como meta, envolvida pelas suas surpresas. cada porém com sua viagem. a grande viagem da vida não deve ser socada pelas mesmices regradas do cotidiano. é possível perfurar essa cristalização com as pequenas viagens dos momentos aproveitados na vida. abertura ao desconhecido...
conheci diferentes pessoas na sua noção de espaço que passam história e estilos de viver. a compreensão dos valores se tornou ampla. humanidade genuinamente por existência, não por estruturação social. a religião como instituição da necessidade de fé hierárquica pela fé intrínseca. linguagem não verbal perpassa pelo silêncio e não se faz necessária explicação de afeto. passei a ser um elemento vento de confissão. muitos ali se abriam, pois eu poderia absorver, ensinar, ajudar ou só ser. relação de favor sem que haja acordo ou troca explícita. o movimento faz com que as coisas simplesmente aconteçam. e permeando a cultura dos trejeitos pessoais, notoriamente, a autodescoberta se revela voraz."
11/02/2009
[retirado do caderno de viagem]
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4 comentários:
Parabéns! Estou muito feliz por saber que essa viagem tocou teu coração. E toca aos que lêem esse relato. Muito bom esse relato. Valeu a pena! Muito grato por brindar a todos com tua escrita. Que essa história de vida estimule mais e mais pessoas a descobrirem qual a magia do interior do Brasil..
Parabéns ae cara, tem que ter coragem pra fazer uma viagem dessas...e as fotos estão espetaculares! Aos poucos vou lendo todos os relatos...
abraços. Pedro
Para os mais emotivos...
deliciei-me, e chorei
Sua percepção enquanto ser humano é linda.
Uma viagem dessas muda nossas vidas, parabéns! Li todos os posts. Eu também costumo fazer esse tipo de viagem.
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